Mostrar mensagens com a etiqueta Montanha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Montanha. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Olhar de cima

Eric Vali - Himalaias

Para que serve uma vida se ela não for a superação de si? Erguer-se acima da pura animalidade. Não se trata de subir na escala social, pois o social é ainda e apenas essa animalidade confortada pela presença especular dos outros animais. Trata-se de subir a montanha, a mais difícil das montanhas, aquela que permite olhar de cima para as ilusões que nos prendem ao animal timorato e vaidoso que somos. A cada um o seu Himalaia.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Do uno e do múltiplo

Filippo de Pisis - Paesaggio alpestre con case (1927)

Dar a cada emoção uma personalidade, a cada estado de alma uma alma. (Bernardo Soares, Livro do Desassossego)

Se habitamos perto do mar, observamos em tudo a multiplicidade, e o próprio viandante se descobre múltiplo, ao descobrir em cada emoção, em cada sensação, em cada sentimento uma alma e uma personalidade diferentes. Ao subir a montanha, o que parecia múltiplo torna-se uno e ele próprio, no ar rarefeito que o circunda, descobre-se como uma unidade secreta, que só na altura se revela e se abre para o seu mistério.  

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Dentro da cidade

Egon Schiele - Cidade amarela (1914)

O deserto inóspito, a floresta húmida e secreta ou a montanha agreste foram, desde há muito, lugares onde viandantes de todas as épocas procuraram o caminho para a sua viagem espiritual. Entendeu-se isso, muitas vezes, como fuga mundi, como uma forma de fuga aos negócios mundanos e à vida na cidade. Mas para o viandante dos dias de hoje o deserto, a floresta e a montanha encontra-se também dentro da própria cidade e é lá que a aventura espiritual, para a qual foi convocado, terá de realizar-se.